sábado, 20 de julho de 2013

Conclusão de um sábado ensolarado

As fases da vida pelas quais passamos nos faz mudar hábitos e costumes. Cheguei a essa conclusão. Eu, uma matraca incontrolável, falando ou escrevendo, havia me perdido dentro de mim mesma diversas vezes nos últimos anos. Razões passadas, que eu já nem me lembro mais. Ou, talvez, não iam mesmo valer a pena entrar no meu "E antes que um dia eu esqueça...". Tanto, que, de fato, eu já esqueci.

E assim é a vida... As coisas passam e ainda assim ficam, outras passam e realmente vão. Algumas, mesmo que sejam relatadas, serão esquecidas, outras, nem que "um dia eu esqueça", jamais serão.

Até uva-passa...

E tudo passou
Como num passe de mágica, eu já nem me lembro mais
Ser feliz é uma escolha
Toda tristeza um dia se vai.

quarta-feira, 27 de fevereiro de 2013

Vontades

Me recordo ter recebido em diversos lugares diferentes e inoportunos a visita do bixinho azul que faz a cabeça maquinar sem parar e a mão ter vontade de escrever. Mas, enquanto imersa na banheira de agua quente com algumas gotinhas de essência de lavanda, é a primeira vez. Engraçado essas vontades que vêm do nada.

Meu pensamento começou a se "desaquietar" justamente por isso. Eu raramente tive problemas com não fazer o que a vontade manda, sempre escutei e fiz mesmo, antes que a vontade passasse. Mas, e quando a gente não pode? E quando é algo que não depende só da vontade? É, assim não é legal não. Nem um pouco.

Hoje me deu uma vontade enorme de ligar pra ele, de ouvir a voz dele, a risada, as histórias da semana e a emocionante troca de "eu te amo" antes do tchau. A vontade foi tanta que eu ainda peguei o telefone, acessei a agenda, fui até o nome dele, e la fiquei por uns 20 min - quando uma lágrima pingou na minha tela, me fazendo por o telefone do lado. Como pode? Como pode eu ainda sentir a presença dele como se ele ainda estivesse ali? Pior, como pode eu ter a certeza de que ele de fato está ali? Ali, aqui, em todo lugar.

É, vontade assim, que a gente não pode satisfazer, não é mesmo legal. Por sorte, eu aprendi que a mistura de amor, saudade, vontade e acreditar, resulta em algo bem similar da sensação de satisfação. Fugia do meu alcance ligar pra ele e ouvir sua voz do outro lado da linha, mas nada me impedia de fechar meus olhos, pensar nele e falar o que eu falaria por telefone.

Tudo bem que eu ainda assim não ouviria a voz dele, mas certamente o amor que nos une, a saudade e a certeza de que ele está sempre por perto, fariam meu coração ouvir essa voz que os meus ouvidos não podem mais ouvir. E foi exatamente o que eu fiz.

Não tem jeito. A velha vontade de escrever quando o bixinho azul - que faz a cabeça maquinar sem parar - aparece, é mais forte que eu. E, já que isso sim está ao meu alcance, mesmo estando eu imersa na banheira de água já não mais tão quente. Essa vontade, aqui está.

Eu te amo, e sim, eu estou ouvindo o seu "eu também".

sexta-feira, 28 de setembro de 2012

Meu pedacinho de mim "fora" de mim

Foram noventa anos incompletos de uma vida resumida em duas palavras: MISSÃO CUMPRIDA! Seu Queiroz para muitos era visto como exemplo de vida, ícone da publicidade. Para mim, tudo isso, claro, mas era antes de tudo o meu avô, meu incentivo, meu exemplo, meu conselheiro. A pessoa que resmungava na hora do jornal nacional, que se engasgava com o biscoito de polvilho, que tinha opiniões fortes e bem difíceis de convencê-lo do contrário, e que conquistava a qualquer pessoa num piscar de olhos. Quando eu recebi a notícia, eu estava muito distante. Eu queria pegar o primeiro avião. A dor foi muito forte. Só em pensar que ao chegar ao Brasil eu não o veria mais, meu desespero era tremendo. Até agora, em alguns momentos, me pego chorando e sem acreditar. Eu, que amo escrever e costumo fazer desde cartas de amor a cartas de conforto para ajudar a um amigo na perda de um ente querido, queria escrever algo pra homenagea-lo. Meu avô amado, uma das pessoas mais importantes da minha vida. Mas como? Como se eu ainda acho que não é verdade? Como se eu ainda acho que ele está brincando de se esconder? Como se vez ou outra eu ainda ouço os seus assobios e pigarros? Eu me recordo que na última vez que o vi, antes de retornar ao Canadá no começo de abril, ele me disse, "Volta logo e se cuide que assim você tá cuidando de mim. Vô te ama". E eu respondi, "Volto sim, eu te amo muito mais". Ele me deu um beijo na cabeça, e eu fui embora. Bom, mesmo sem acreditar ainda que aquelas foram as últimas palavras e o último beijo na cabeça no último dia em que estivemos juntos, vou fazer o que ele pediu e me cuidar. Porém, agora, com a ajuda dele lá de cima que certamente estará olhando por mim. Tenho até certeza que, se bem o conheço, Seu Queiroz já reclamou com o porteiro do céu se ele tiver demorado a abrir o portão. Parece que posso até ouvir a voz dele dizendo: "Pra que ter porteiro se a guarita está vazia e eu preciso ficar esperando? É brincadeira, esse povo, não gosta mesmo de trabalhar!" E depois, ao entrar no céu, já foi jogando moedinhas pelo caminho, cumprimentando todo mundo e se juntando aos amigos para contar suas historias e piadas...

Sabe, vô, seu maior orgulho era dizer que era AMIGO dos seus netos antes de ser AVÔ. E o meu, foi ter vivido o privilégio dessa amizade. A esperança que me resta agora é de um dia nos reunirmos todos ai em cima, e que possamos de novo ser a mesma família com seu patriarca junto de nós. A tristeza que está estampada no meu rosto, há de ser passageira. Já nascemos sabendo que a morte é inevitável, e sabemos também que a alegria da sua lembrança há de permanecer. Você é insubstituível em nossos corações e nossas vidas. Meus olhos em lágrimas são a prova maior de que meu amor por ti não teve início e jamais terá fim! Fica com Deus, meu vô, meu amigo, MEU Seu Queiroz!

Prosseguindo...

Algumas vezes na vida nós vamos sentir vontade de voltar a fazer algo que haviamos parado por algum motivo que seja. Quando eu começei a escrever este blog, minha intenção era fazer dele um diário de bordo. Seria onde eu passaria a escrever meus sentimentos e dividir com as pessoas minhas experiências e opniões. Eu fiz isso algumas vezes, mas com um tempo, fui deixando essas coisas de lado e fui parando de escrever. Certo fim de tarde essa semana, em conversa com um amigo, entre boas risadas, vinho Austríaco e um pedido errado do cardápio dos specials, eu me dei conta de que ter "um papel e uma caneta" na mão e sair viajando na maionese era uma coisa que me fazia muito bem, e que, eu deveria voltar a me dedicar a coisas que despertem em mim momentos de alívio e descontração. Ok. Se a idéia do “E antes que um dia eu esqueça” é registrar das coisas importantes as inúteis só pelo fato de um dia eu ler e poder lembrar de tudo que eu vivi, pensei, senti, inventei, sonhei, imaginei e aprendi, então, vamos nessa. Vou por essa bagaça aqui pra funcionar antes que, um dia, de fato, eu acabe me esquecendo mesmo.

terça-feira, 3 de abril de 2012

Ao Santo das causas difíceis

Revirando a caixa branca de fotografias, acho um calendário com a oração do Santo das causas impossíveis. Isso até me remete à uma história engraçada quando há alguns anos atrás durante uma tarde no shopping com meus pais, entramos em uma livraria e meu pai exclamou:

- Que absurdo colocarem um livro com esse título na vitrine principal. Tem crianças entrando nesse lugar, isso deveria ficar em um setor reservado!
- Que título, pai?
- Sexo explicito!

Fui até a vitrine para ver o tal livro e não me contive. Em meio a crises de risos e olhares de todos, retorno ao corredor onde meu pai estava e quase sem conseguir falar eu disse:

-Pai, não é sexo explicito. É Santo Expedido!

Tá aí uma cena da qual eu jamais irei esquecer, e que esteja eu onde estiver, ao ler o nome Santo Expedito, vou ter um sorriso no rosto, mesmo que no fundo, eu nem tenha lá tantos motivos pra sorrir.

Bom, mas voltando agora a história do calendário desse Santo que hoje achei na caixa branca de fotografias. Retirei ele da caixa e comecei a ler a oração. Ao mesmo tempo em que eu lia, mesmo sem ser católica, pensei fortemente em algo que desejo. Pensei com toda força que alguém pode desejar alguma coisa. Nas horas de necessidade a gente costuma se agarrar até ao que não faz parte do nosso cotidiano e nem ao menos do nosso círculo crédulo. E assim eu fiz. Se é ele de fato o Santo das causas impossíveis como leio aqui nesse calendário, me agarro a essa crença, movida pela fé. A fé sim, essa nunca me faltou e está a cima de qualquer religião e suas “verdades”.

Querido Santo Expedito, daqui dessa cadeira, olhando para o mar, só me cabe orar, orar baixinho, com o coração quietinho, bem de mansinho. Ouve meu coração. Tu que és o Santo das causas difíceis, me ajuda nessa hora de aflição.

Querido Santo Expedito, intercede por ele! Sim, por ele mesmo, aquele a quem meu coração não para de chamar o nome. Ele que é pedacinho de mim, fora de mim. Intercede por ele, pois sem ele eu fico sem um pedaço, e sem um pedaço, eu fico sem um pedaço. Redundantemente simples assim.

sábado, 31 de março de 2012

Turned Page

You had a friend
Who you made fall in love
I told you, no matter what
I would always be there.

I’m breaking my promise now
I’m sorry but I have to.
Our love is not strong anymore
I've learned that with you.

You were my best friend
I was your best romance
Friendship and love
Everything is gone.

We had really good times
I know I wont forget
But our love was not enough
And be friends became meaningless

You make me wanna scream
Why did you throw everything away?
But I wont open my mouth
To ask you what there is no need to say.

You turned the page,
It was not my fault
I'm sure I did what I could
But you stopped to write.

This is our end
But I’ll cheer for you
Hope you compose a new song
Cuz the next page is blank.